O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que sua candidatura à Presidência da República em 2026 é “irreversível” e que só abrirá mão da disputa se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estiver elegível e participando do pleito. Ele sustenta que derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é a única forma de evitar a prisão do pai.
Em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo na noite de segunda-feira, 8 de dezembro de 2025, o senador descartou ceder espaço ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “A única possibilidade de eu não ser candidato é o Jair Messias Bolsonaro ser o candidato. Não tenho preço”, afirmou.
Conversas com Tarcísio
Flávio relatou ter discutido sua decisão “franca e abertamente” com Tarcísio antes do anúncio. Segundo ele, o governador compreendeu a posição e ofereceu apoio. O senador disse não ver chance de ambos concorrerem: “Seria uma ignorância muito grande, e ignorante é tudo o que o Tarcísio não é”. Mesmo após declarar apoio, o governador avaliou que o cenário para 2026 segue indefinido.
Sobrenome e perfil político
O parlamentar afirmou possuir vantagem eleitoral por carregar o sobrenome Bolsonaro e se definiu como uma versão “mais equilibrada” do pai. “Muita gente pedia: ‘Bolsonaro, você tem que ser mais moderado’. Pô, sou eu. Bolsonaro mais moderado”, disse, citando como exemplo ter tomado duas doses da vacina contra a covid-19, enquanto Jair Bolsonaro se recusou.
Economia e diálogo com Paulo Guedes
Flávio contou manter conversas com o ex-ministro Paulo Guedes, a quem classificou como “gênio”. Ele explicou que não há discussão sobre cargos, mas que pretende retomar o projeto econômico paralisado pela pandemia, com foco no controle de gastos e na fixação de teto para a relação dívida/PIB.
Anistia e elegibilidade do pai
Sobre o debate no Congresso acerca de anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, o senador repetiu que sua desistência da candidatura depende da elegibilidade de Jair Bolsonaro. Questionado se isso configuraria chantagem, respondeu: “Temos o direito de definir qual será o nome que vai simbolizar a continuidade deste movimento que Bolsonaro inaugurou”. Para ele, impedir a reeleição de Lula e libertar o pai são objetivos interligados.
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Segurança pública
Ao tratar do tema, Flávio defendeu medidas “duras” inspiradas em El Salvador. Disse que criminosos violentos “vão mofar na cadeia” e, caso enfrentem a polícia, “serão neutralizados”.
Casos judiciais
Indagado sobre as investigações de “rachadinhas” em seu antigo gabinete na Alerj, o senador declarou: “Essas coisas estão todas arquivadas. Nunca tive um processo criminal iniciado contra mim por causa disso. É uma espuma danada”. Flávio foi denunciado em novembro de 2020 pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e peculato.
O lançamento da pré-candidatura, segundo ele, reanima a militância bolsonarista: “Tenho um sobrenome que não preciso ficar explicando o que penso; as pessoas já sabem. Você compra um Bolsonaro e, quando abre a caixinha, não tem surpresa”.
Com informações de Poder360

