A defesa do general da reserva Mário Fernandes, réu no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado de 2022, afirmou nesta terça-feira (9.dez.2025) que o militar não participou de reuniões, operações ou monitoramentos atribuídos pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O caso é analisado pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
A PGR sustenta que Fernandes foi o idealizador do plano denominado “Punhal Verde Amarelo”, que previa ações para monitorar e neutralizar o ministro Alexandre de Moraes, além do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB). Para os procuradores, o general também teria atuado como elo entre o governo Jair Bolsonaro (PL) e manifestantes que permaneciam em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
Durante sustentação oral, o advogado Marcus Vinícius Figueiredo classificou as acusações como “desproporcionais” e disse que não há provas que liguem o ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência a decisões operacionais ou ações clandestinas. “Ele é citado várias vezes, mas não participou de nenhuma reunião nem de qualquer ato de execução”, declarou.
O defensor também contestou a alegação de que o documento tenha sido repassado a terceiros. Segundo Figueiredo, a minuta do “Punhal Verde Amarelo” nunca foi compartilhada e não serviu de base para coordenação de operações. Ainda de acordo com a defesa, o próprio Fernandes confirmou, em depoimento ao STF em 24 de julho, que o texto era apenas um “pensamento digitalizado”, impresso para leitura e rasgado em seguida.
Apesar da negativa, a PGR sustenta que o general elaborou uma estrutura violenta para a trama golpista, dialogou com militares de Forças Especiais e manteve contato direto com manifestantes. A Polícia Federal classifica Fernandes como um dos militares mais radicais do grupo.
Imagem: Moraes novbro de
O julgamento prossegue na 1ª Turma do STF, que avaliará se há elementos suficientes para condenar o oficial da reserva pelos crimes apontados pelo Ministério Público.
Com informações de Poder360

