Brasília, 10.dez.2025 – O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,18% em novembro, após avanço de 0,09% em outubro, informou nesta quarta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses recuou de 4,68% para 4,46%, voltando a ficar dentro do teto de 4,5% da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional – a primeira vez desde setembro de 2024. No ano, o IPCA soma alta de 3,92%.
Leve surpresa para o mercado
A leitura de novembro veio abaixo da mediana das projeções de bancos e consultorias, que apontava para 0,20% no mês.
Comportamento dos grupos
Dos nove grupos pesquisados, cinco tiveram variação positiva:
- Despesas pessoais: 0,77% (impacto de 0,08 ponto percentual – p.p.). O subitem hospedagem subiu 4,09% e respondeu por 0,03 p.p., com destaque para Belém, sede da COP30, onde a alta chegou a 178,93%.
- Habitação: 0,52% (0,08 p.p.), influenciada pela energia elétrica residencial (1,27%).
- Vestuário: 0,49%;
- Transportes: 0,22%;
- Educação: 0,01%.
Quatro grupos apresentaram recuo:
- Artigos de residência: ‑1,00%;
- Comunicação: ‑0,20%;
- Saúde e cuidados pessoais: ‑0,04%;
- Alimentação e bebidas: ‑0,01%.
Energia continua pressionando
A tarifa de energia elétrica seguiu como principal influência na habitação. Com a bandeira vermelha patamar 1 — que acrescenta R$ 4,46 a cada 100 kWh —, reajustes foram aplicados em Goiânia (19,56% a partir de 22.out), Brasília (11,21% desde 22.out), em uma concessionária de São Paulo (16,05% em 23.out) e em Porto Alegre (21,95% em 22.nov). No acumulado de 2025, a energia residencial subiu 15,08% e responde por 0,58 p.p. da inflação do ano; em 12 meses, a alta é de 11,41%, com impacto de 0,46 p.p.
Imagem: Internet
Expectativas para a política monetária
Para Pablo Spyer, conselheiro da Ancord, o resultado de 0,18% confirma a retomada da pressão inflacionária após a desaceleração de outubro, embora represente o menor IPCA para um mês de novembro desde 2018. Ele avalia que a alta foi puxada por serviços, como passagens aéreas e turismo, enquanto alimentos e bens industriais, influenciados pelas promoções da Black Friday, ajudaram a conter o índice.
Segundo a entidade, o Banco Central deverá aguardar sinais mais claros de alívio em serviços e preços administrados antes de iniciar um ciclo de corte na taxa básica de juros, possibilidade considerada para o primeiro trimestre de 2026. O tom do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), também divulgado nesta quarta-feira, deve orientar as apostas do mercado para a decisão de janeiro.
Com informações de Poder360

