O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e os principais negociadores do governo norte-americano de Donald Trump concluíram, na madrugada desta quarta-feira (3.dez.2025), um encontro de cinco horas em Moscou sem chegar a compromissos para um cessar-fogo na Ucrânia.
De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, algumas das 28 propostas apresentadas por Washington foram aceitas, enquanto outras foram rejeitadas. Peskov afirmou que Moscou está “disposta a reunir-se quantas vezes forem necessárias” até que se encontre um entendimento.
A delegação norte-americana foi formada pelo empresário Steve Witkoff, enviado especial de Trump, e por Jared Kushner, genro do ex-presidente. Do lado russo, além de Putin, participaram o assessor de política externa Yuri Ushakov e o enviado Kirill Dmitriev, acompanhados de intérpretes.
Após a reunião, Ushakov declarou que “não há, por enquanto, compromissos estabelecidos” e estimou que “ainda há muito trabalho a ser feito”. Segundo ele, não existe previsão para um encontro direto entre Putin e Trump. Ficou acordado que detalhes das conversas não serão divulgados à imprensa.
Contexto das negociações
Trump vem manifestando frustração com a dificuldade de encerrar o conflito iniciado em fevereiro de 2022, o mais letal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Na terça-feira (2.dez), em Washington, o republicano estimou em 25 mil a 30 mil o número de baixas mensais.
No mês passado, vazou um documento com 28 pontos sugeridos pelos EUA para pôr fim à guerra, criticado por autoridades ucranianas e europeias por, supostamente, atender às principais exigências de Moscou. Países da Europa redigiram uma contraproposta e, em Genebra, Estados Unidos e Ucrânia anunciaram uma versão atualizada da estrutura de paz.
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Em Dublin, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky declarou que “não haverá soluções fáceis” e cobrou transparência para evitar “acordos pelas costas da Ucrânia”. Ele também expressou receio de que Washington perca interesse nas negociações.
Ameaças e alertas
Horas antes de receber Witkoff, Putin afirmou que a Rússia “não deseja guerra com a Europa”, mas advertiu que qualquer confronto terminaria “tão rapidamente que não haveria com quem negociar”. O líder russo também ameaçou bloquear o acesso ucraniano ao mar em resposta a ataques de drones contra petroleiros da chamada “frota sombra” russa no Mar Negro.
Para o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, as declarações mostram que Putin “não está pronto para encerrar a guerra”.
Com informações de Poder360

