A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) declarou nesta terça-feira, 16 de dezembro de 2025, que a atuação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não atende às expectativas do Legislativo. Em entrevista ao vivo ao Poder360, a parlamentar avaliou que Motta buscou agradar diferentes campos políticos sem priorizar temas relevantes para a população.
“O presidente não teve pulso para organizar os trabalhos da Casa. Poderia ter feito uma gestão melhor, mas, até o momento, não é satisfatória”, disse Hilton.
Concordância com crítica de Lula
Questionada sobre declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que o Congresso vive seu “pior nível”, Hilton concordou. Segundo ela, o Parlamento apresenta pautas inadequadas, vota “de maneira ruim” e pressiona o Executivo.
“Precisamos renovar o Congresso Nacional para que represente os interesses do povo e saia desse lugar tão ruim em que entrou nos últimos anos”, afirmou.
Posicionamento sobre o PL da Dosimetria
Hilton reafirmou oposição ao projeto aprovado pela Câmara na madrugada de 11 de dezembro, que reduz penas de condenados pelos atos de 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O texto segue para análise do Senado.
Dificuldade para votar a “escala 61”
A deputada também comentou a proposta que prevê o fim da chamada “escala 61”, vinculada à redução da jornada de trabalho. Para avançar, a PEC precisa de 308 votos em dois turnos na Câmara, número que ela considera hoje improvável.
Hilton disse que, diante do impasse, o governo cogita transformar o tema em projeto de lei, alternativa que, na visão dela, encontra “melhores chances” de aprovação.
Tramitação de projetos sobre jornada de trabalho
Dois textos tratam da redução da carga horária semanal. No Senado, a PEC 148/2025, aprovada na CCJ em 10 de dezembro, prevê queda de 44 para 40 horas no primeiro ano, com redução gradual até 36 horas após quatro anos. Na Câmara, a proposta correspondente está parada em subcomissão especial por falta de acordo.
Trajetória política
Eleita deputada federal em 2022 com 256.903 votos, Erika Hilton tornou-se a primeira mulher trans e negra a ocupar uma cadeira na Câmara. Tomou posse em 1º de fevereiro de 2023 para a legislatura 2023-2027. Antes, foi vereadora em São Paulo em 2020, sendo a mulher trans mais votada do país. Sua atuação é marcada por defesa de direitos humanos, igualdade racial e direitos LGBTQIA+.
Com informações de Poder360