Delegada que lidera combate a crimes virtuais em SP recebe ameaças de morte e necrofilia

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A delegada Lisandrea Salvariego, chefe do Núcleo de Operações e Articulações Digitais (Noad) da Polícia Civil de São Paulo, tem sido alvo de ameaças constantes desde que passou a comandar a unidade, em novembro do ano passado. As intimidações aumentam a cada operação de destaque conduzida pelo núcleo.

Ameaças explícitas

Em uma das mensagens mais recentes, um suspeito afirmou que iria matar a delegada e praticar necrofilia. Em outra postagem no Instagram, feita após a prisão de um jovem de 18 anos que estimulava automutilação na internet, um usuário sem identificação escreveu: “Lis vai morrer”. O mesmo perfil ainda declarou que iria até a residência de Lisandrea para “matar e degolar” a policial, acrescentando que a polícia “não poderia fazer nada”.

Prisão de mentor de automutilação

O caso citado envolve Luiz Fernando Souza, de 18 anos, detido em 15 de dezembro no interior de Santa Catarina. Ele é investigado por incentivar cerca de 30 vítimas, entre crianças e adolescentes, a se mutilarem. Uma das vítimas foi obrigada a cortar no braço, com navalha, a palavra “Lisa” – referência à delegada. A imagem foi publicada pelo suspeito com a legenda: “presentinho pra Lisa kkkkk”.

Impacto pessoal e familiar

Além dela, familiares também foram afetados. O WhatsApp da clínica onde o irmão da delegada trabalha, por exemplo, ficou bloqueado por duas semanas, e houve tentativas de clonagem de cartões e de habilitação de IMEIs em nome dela. Apesar disso, Lisandrea afirmou que, por enquanto, não vê necessidade de escolta, pois os ataques permanecem restritos ao ambiente virtual.

Motivação para continuar

A delegada relatou que as ameaças, embora frequentes, funcionam como motivação para seguir investigando. Ela acredita que, pelo fato de ser mulher e de manter contato direto com as vítimas, acaba se tornando alvo preferencial dos agressores. “A mesma coisa que eles fazem com as vítimas, eles fazem com a gente. Só que nós conseguimos investigar e chegar neles”, ressaltou.

Atuação do Noad

Criado em novembro de 2024 pela Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, o Noad é o primeiro núcleo do país dedicado exclusivamente a crimes virtuais contra crianças e adolescentes. Policiais civis, militares e peritos atuam 24 horas por dia em grupos e comunidades on-line, com investigações que já alcançam estados como Santa Catarina, Rio de Janeiro e Pernambuco.

Orientações para pais e responsáveis

Lisandrea recomenda que pais acompanhem as atividades digitais de filhos e registrem boletim de ocorrência ao identificarem sinais de automutilação ou contato suspeito. “Anotem o nick do agressor, o ID e a plataforma utilizada e procurem a polícia”, orientou.

Com informações de Metrópoles

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