A eleição para a presidência da Câmara Municipal de São Paulo, marcada para 15 de dezembro, ganhou contornos nacionais e ameaça reorganizar alianças de olho no pleito de 2026. O centro da disputa opõe o União Brasil – que reivindica o posto com base em um acordo firmado em 2024 – ao grupo político do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Acordo em xeque
Segundo Milton Leite, presidente municipal do União e vice da Executiva nacional, foi acertado que, em troca do apoio à reeleição de Nunes em 2024, o partido comandaria a Câmara durante todo o quadriênio. Os quatro vereadores da sigla combinaram um rodízio interno: após o mandato de Ricardo Teixeira em 2025, outro nome do União assumiria em 2026.
A base do prefeito, porém, articula a recondução de Teixeira por mais um ano, fato que rachou a aliança com Leite e abriu crise entre MDB, Republicanos, PP e PL.
Pressão das direções nacionais
O PL avisou, em nota, que aguardará orientação do presidente nacional Valdemar Costa Neto antes de definir voto. No Progressistas, que possui quatro cadeiras e pode ser decisivo, os presidentes nacionais Ciro Nogueira (PP) e Antônio Rueda (União) cobram o cumprimento do acordo, inclusive por causa da federação em formação entre as duas legendas.
União lança Rubinho Nunes
Para enfrentar a tentativa de reeleger Teixeira, o União oficializou, na segunda-feira (1º/12), a candidatura do vereador Rubinho Nunes. Considerado articulado nos bastidores, Rubinho é desafeto do prefeito desde que apoiou Pablo Marçal (PRTB) em 2024, o que acirra a disputa.
Do lado governista, o vice-presidente da Câmara, João Jorge (MDB), afirma ter mais de 30 assinaturas favoráveis a Teixeira – número suficiente para vitória em primeiro turno.
Ameaça de expulsão
Dirigentes do União avaliam expulsar Ricardo Teixeira por descumprir o rodízio acordado. Se concretizada antes da votação, a medida daria argumento ao partido para acusar a base do prefeito de romper o pacto nacional.
Imagem: Internet
Busca de votos
No tabuleiro, Republicanos (2 vereadores) e Podemos demonstram sinais de insatisfação com o governo e podem migrar para o bloco do União. Já o PT, dono da maior bancada, com oito cadeiras, negocia com ambos os lados. Parte dos petistas defende apoiar o candidato do União para limitar a influência de Nunes, mas o histórico de confrontos de Rubinho com a esquerda dificulta o acerto.
Na noite desta quarta-feira (3/12), vereadores petistas foram convidados para reunião com o prefeito sobre o orçamento municipal. Embora participantes neguem vínculo, parlamentares enxergam a conversa como tentativa de atrair o PT para a chapa de Teixeira.
Com a votação se aproximando, União Brasil e base governista intensificam apoios, enquanto lideranças nacionais acompanham o embate que pode redefinir arranjos partidários rumo a 2026.
Com informações de Metrópoles

