Sindicato contesta Tarcísio e diz que facções ainda mandam nos presídios paulistas

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São Paulo – O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) rebateu a declaração do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de que as facções criminosas deixaram de controlar os presídios paulistas. A afirmação do chefe do Executivo foi feita durante evento de balanço das ações do governo para 2025, no Palácio dos Bandeirantes, zona sul da capital.

Ao apresentar resultados na área de segurança pública, Tarcísio afirmou: “Quem fala que há um controle das facções nos presídios… Não há. Não há mais. Esse tempo passou. Hoje há um controle do Estado. O Estado comanda os presídios”.

Em nota, o Sifuspesp classificou a fala como uma “realidade paralela”. Segundo a entidade, o crime organizado “comanda das gaiolas para dentro” e os detentos “precisam de intermediação de faccionados para conversar com policiais penais”. O sindicato cita uma população carcerária superior a 220 mil pessoas e efetivo de pouco mais de 24 mil policiais penais, além de unidades com ocupação acima de 137,5% da capacidade estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Esse controle da massa carcerária, caso o governador não saiba, só tem se fortalecido graças ao descaso de seu governo”, afirma o texto. A entidade alerta que, se a gestão considerar a situação atual satisfatória, o sistema prisional pode entrar em colapso “com consequências aterradoras para os policiais e para a sociedade”.

Presidente do sindicato aponta influência do PCC

Em entrevista ao Metrópoles, o presidente do sindicato dos policiais penais, Fábio Jabá, disse que Tarcísio “não conhece muito a realidade da categoria”. Ele declarou que o Primeiro Comando da Capital (PCC), embora não tenha sido citado pelo governador, continua influenciando os detentos.

O PCC nunca mandou nas cadeias; ele manda nos presos. E não deixou de mandar. Cada cadeia tem um ‘disciplina’. Hoje não está mais escancarado como na época do Alckmin, mas quando o PCC dá uma ordem, os presos cumprem”, afirmou Jabá. O dirigente acrescentou que a vigilância reforçada ao líder da facção, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, em Brasília, demonstra a força mantida pelo grupo.

A Secretaria da Administração Penitenciária não se manifestou até a publicação desta reportagem.

Com informações de Metrópoles

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