Bolas de Natal: tradição começa no século VIII e se consolida em vidro no século XIX

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Brasília — As bolas coloridas que hoje dominam a decoração natalina têm uma trajetória que atravessa séculos. A prática de enfeitar pinheiros surgiu no século VIII, quando o bispo saxão São Bonifácio levou o Cristianismo a regiões germânicas e associou o pinheiro, árvore que permanecia verde durante o inverno, à vida eterna.

Intervenção de São Bonifácio

À época, comunidades germânicas veneravam deuses da mitologia nórdica, entre eles Thor, simbolizado por um carvalho. Segundo registros históricos, Bonifácio impediu um ritual de sacrifício — que envolveria uma criança — derrubando o carvalho sagrado. Após a queda, apenas um pequeno pinheiro ficou intacto, ganhando status de símbolo cristão e marco da conversão de parte daquele povo.

Com o novo significado, árvores passaram a ser instaladas em lares cristãos e inicialmente decoradas com velas e ornamentos em referência ao nascimento de São Bonifácio. Pesquisadores lembram, entretanto, que o uso do pinheiro também guarda raízes em tradições nórdicas e germânicas anteriores à chegada do Cristianismo.

Frutas e mensagens

Na tradição cristã, a árvore representa a vida. No início, os enfeites incluíam maçãs, símbolo do pecado original de Adão e Eva, e hóstias, lembrando a Redenção. Referências do século XVI, oriundas de igrejas da Alsácia, apontam famílias decorando pinheiros com papéis coloridos, frutas, doces e pequenos objetos.

Vidro alemão e seca francesa

O formato esférico atual nasceu em 1847, quando o vidreiro alemão Hans Greiner, de Lauscha, recriou em vidro as frutas e nozes penduradas na árvore para agradar os filhos. A ideia atravessou fronteiras. Em 1858, um artesão de Meisenthal, na França, produziu bolas vermelhas de vidro após uma seca reduzir a colheita de maçãs.

A peça ganhou popularidade no século XIX graças ao entusiasmo da rainha Vitória, da Inglaterra, por árvores adornadas com bolas cristalinas, incentivando a adoção do adorno pela nobreza e, em seguida, pela população em geral.

Evolução dos enfeites

Os primeiros registros de árvores iluminadas por velas datam de 1730. Até então, eram comuns rosas de papel, nozes e bolachas. Em 1785, Berlim ergueu sua primeira árvore natalina pública. Conforme os anos avançaram, somaram-se luzes, guirlandas, laços, anjos e a estrela que simboliza Belém.

No século VI — segundo a cronologia de alguns estudiosos — as maçãs foram substituídas por bolas de diferentes cores e tamanhos. Há quem pendure 12 bolas ou múltiplos de 12 para representar os apóstolos, enquanto outros utilizam 33 para recordar a idade de Jesus.

Com a expansão da bola vermelha, a decoração das árvores se diversificou e passou a contemplar variados materiais e significados, consolidando um dos principais símbolos visuais do Natal moderno.

Com informações de Metrópoles

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