Detido nos Estados Unidos sob a acusação de conspiração para narcoterrorismo, o ex-diretor de Contrainteligência Militar da Venezuela, Hugo Armando “El Pollo” Carvajal, enviou uma carta ao ex-presidente norte-americano Donald Trump em 2 de dezembro de 2025. No documento, ele admite ter participado, durante duas décadas, de operações de narcotráfico, espionagem e manipulação eleitoral a serviço do governo de Nicolás Maduro.
O texto foi repassado com exclusividade ao jornal The Dallas Express pelo advogado de Carvajal, Robert Feitel, ex-procurador do Departamento de Justiça dos EUA. Na carta, escrita em primeira pessoa, o militar afirma que as ordens para as ações ilegais partiram de Maduro, do ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, e da inteligência cubana.
Colaboração com autoridades americanas
General de divisão e considerado homem de confiança de Hugo Chávez, Carvajal diz ter rompido com o regime venezuelano em 2017, quando deixou o país ciente de que enfrentaria processos em território norte-americano. Segundo ele, o objetivo agora é “expurgar culpas” e auxiliar as autoridades dos EUA.
Principais acusações descritas
No documento, o ex-oficial lista quatro frentes de atuação que, de acordo com seu relato, foram usadas pelo governo venezuelano para atingir interesses dos Estados Unidos:
- Narcoterrorismo – Afirma que o Cartel dos Sóis, comandado por Maduro e Cabello, transformou o tráfico de drogas em “arma” contra cidades norte-americanas, com apoio de Farc, ELN e Hezbollah.
- Tren de Aragua – Diz ter participado da criação e do armamento de facções criminosas, entre elas o grupo venezuelano que, segundo ele, enviou integrantes aos EUA após a “política de fronteiras abertas” do governo Biden-Harris.
- Espionagem – Relata presença de inteligência russa em Caracas para instalar um posto de escuta na ilha La Orchila e interceptar cabos submarinos. Alega que espiões venezuelanos, alguns “disfarçados de opositores”, ainda operam em solo norte-americano.
- Fraude eleitoral com Smartmatic – Sustenta que o sistema de votação pode ser manipulado e que foi exportado a outros países, inclusive para os EUA, com apoio de aliados internos.
Apoio às políticas de Trump
Ao final da carta, Carvajal declara que as medidas adotadas por Donald Trump contra o regime venezuelano são “necessárias e proporcionais à ameaça” representada por Caracas. Ele se coloca “à disposição” para fornecer detalhes adicionais ao governo norte-americano.
Imagem: Internet
Hugo Carvajal permanece preso nos Estados Unidos enquanto responde às acusações de narcoterrorismo.
Com informações de Metrópoles

