Anvisa acelera avaliação de 20 canetas emagrecedoras com princípios ativos de Ozempic

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu um cronograma para analisar, em regime de prioridade, 20 solicitações de registro de canetas emagrecedoras à base de liraglutida e semaglutida, os mesmos princípios ativos usados em medicamentos como o Ozempic.

A medida atende a pedido do Ministério da Saúde, que busca antecipar a entrada desses produtos no mercado brasileiro e estimular a fabricação local. O objetivo declarado é reduzir a dependência tecnológica e ampliar a autonomia do país na produção de medicamentos para controle de peso.

Calendário de análise

Segundo o cronograma da agência, três empresas — EMS, Megalabs e Momenta — terão seus pedidos avaliados ainda em 2025. Outras 14 propostas serão examinadas em 2026, e mais três, em 2027.

Empresas beneficiadas

Além de EMS, Megalabs e Momenta, a lista de indústrias contempladas inclui Biomm, Cristália, Libbs, Aspen, Aché, Althaia, Farma Vision, Ranbaxy, Cosmed, Brainfarma, Dr. Reddy’s, Sun e Cipla. Algumas delas apresentam mais de um pedido em curso.

Patentes e transferência de tecnologia

A patente da semaglutida expira em março de 2026. A tirzepatida — princípio ativo do Mounjaro, da Lilly — mantém proteção até 2036. A Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, tenta prorrogar a patente da semaglutida.

Nesse cenário, a EMS firmou parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para transferir a tecnologia de produção das canetas. A fabricação começará na unidade da EMS em Hortolândia (SP) e, posteriormente, migrará para o Complexo Tecnológico de Medicamentos de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro.

Incentivo à produção nacional

Em agosto, a Anvisa publicou edital permitindo que laboratórios solicitassem prioridade na análise de medicamentos que tenham etapas produtivas no Brasil. A política confere vantagem a produtos com componentes ou processos de fabricação realizados no país.

Uso no SUS em discussão

O governo federal avalia oferecer o tratamento com análogos de GLP-1 pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Estudos preliminares, porém, indicaram custo elevado, o que retardou a incorporação dessas terapias à rede pública.

As decisões da Anvisa sobre os 20 pedidos devem definir o ritmo de entrada dos novos itens no mercado e influenciar a estratégia de acesso da população a esses medicamentos.

Com informações de Poder360

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