Brasília, 10.dez.2025 – O Brasil é o 5º país mais desigual do planeta entre 216 nações e territórios avaliados pelo Relatório da Desigualdade Global, divulgado na terça-feira (9.dez.2025) pelo World Inequality Lab (WIL), centro de pesquisa comandado pelo economista francês Thomas Piketty.
De acordo com o estudo, os 10% mais ricos concentram 59,1% da renda nacional, enquanto os 50% mais pobres retêm apenas 9,3%. No topo do ranking de desigualdade aparecem África do Sul, Colômbia, México e Chile.
Metodologia e abrangência
Na terceira edição do relatório, 206 páginas reúnem dados extraídos de registros fiscais, pesquisas domiciliares e contas nacionais. A análise considera tanto os rendimentos do trabalho quanto os pagamentos de sistemas de seguridade social. Mais de 200 pesquisadores, coordenados pela Paris School of Economics, colaboraram na elaboração do documento.
Desigualdade de riqueza
O levantamento também mede a distribuição de patrimônio – que inclui ativos financeiros, imóveis e outros bens. Nesse quesito, o Brasil figura em 6º lugar mundial.
Cenário mundial
Globalmente, 56.000 pessoas – o equivalente a 0,001% da população adulta – detêm um patrimônio três vezes maior que a metade mais pobre do planeta, composta por cerca de 2,8 bilhões de adultos. Em quase todas as regiões, o 1% mais rico possui mais riqueza do que os 90% mais pobres somados. O relatório estima ainda que cerca de 1% do PIB mundial é transferido anualmente dos países mais pobres para os mais ricos, por meio de rendas e aplicações financeiras.
Impacto ambiental
A metade mais pobre da população mundial responde por 3% das emissões de carbono ligadas à propriedade de capital privado, enquanto os 10% mais ricos concentram 77%. Sozinho, o 1% no topo gera 41% dessas emissões.
Imagem: Internet
Recomendações
Os autores sugerem tributação mais progressiva e programas de distribuição de renda como instrumentos para reduzir a concentração, destacando que as pessoas de maior patrimônio pagam hoje, proporcionalmente, menos impostos que grupos de menor renda.
O relatório completo está disponível em versão PDF de 19,1 MB.
Com informações de Poder360

