Brasileira presa pelo ICE rebate acusações e diz ter vivido com o filho nos EUA

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WASHINGTON (08.dez.2025) – A brasileira Bruna Caroline Ferreira, 33 anos, contestou as informações divulgadas pelo governo dos Estados Unidos sobre sua prisão. Detida em 12 de novembro pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE), ela afirmou ao jornal The Washington Post que sempre participou da vida do filho e não possui antecedentes criminais.

Bruna é ex-cunhada de Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca e defensora das políticas migratórias da administração Donald Trump. A brasileira tem um filho de 11 anos com Michael Leavitt, irmão de Karoline, e foi levada para um centro de detenção na Louisiana após ser transferida por unidades na Filadélfia e no Texas.

Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), Bruna entrou nos EUA em 1998 com visto de turista B2, que expirou em junho de 1999, e teria registro de prisão por agressão. A detida nega as duas acusações. O advogado Todd Pomerleau sustenta que a única ocorrência citada refere-se a um incidente juvenil de 2008, arquivado sem detenção quando ela tinha 16 anos.

O governo norte-americano também declarou que Bruna “nunca viveu” com o filho. A versão é refutada por documentos judiciais de 2015, nos quais Michael Leavitt confirma que ambos compartilharam residência em New Hampshire. Registros mostram ainda decisões sucessivas que determinaram guarda compartilhada e visitas regulares.

Bruna contou que deixou o filho na escola na manhã da prisão e foi levada pelas autoridades antes de retornar a tempo de buscá-lo. Ela relatou ter trabalhado nos setores de limpeza e moda, frequentar aulas de ioga e passar os fins de semana com a criança.

Advogados dizem que Bruna iniciou em 2012 o processo para obter residência permanente pelo Daca, programa que concede proteção temporária a imigrantes que chegaram ao país ainda crianças. O processo foi reaberto em 2025 pela gestão Trump, e ela continua sem status legal definitivo.

De acordo com o Post, a Casa Branca tem descrito Bruna como “mãe ausente”. A detida considera essa caracterização “nojenta” e afirma ter mantido relação cordial com a família Leavitt, a ponto de escolher Karoline como madrinha do filho e autorizar a participação do menino em eventos oficiais, como a caça aos ovos de Páscoa na Casa Branca.

Em mensagens enviadas ao jornal, Michael Leavitt negou envolvimento na prisão da ex-companheira e afirmou ser “o pai mais constante” na vida do filho. Já Bruna relatou que, após a detenção, familiares de Michael sugeriram que ela se “autodeportasse”, o que, segundo sua defesa, resultaria em dez anos de impedimento para retornar aos EUA.

No centro de detenção, Bruna diz enfrentar a possibilidade de deportação enquanto espera a conclusão do processo. “Vestir esse macacão laranja é um insulto depois de ter passado quase toda a minha vida aqui”, declarou.

Com informações de Poder360

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