O senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou, em entrevista concedida em 5 de dezembro de 2025, em Brasília, que o recurso apresentado pelo advogado-geral da União, Jorge Messias, contra decisão do ministro Gilmar Mendes sobre o rito de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) “foi importante”, porém não garante a aprovação do jurista para a vaga aberta na Corte.
Contagem apertada
O ex-chefe da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro comparou o cenário de Messias ao de Paulo Gonet, aprovado para a Procuradoria-Geral da República com 45 votos favoráveis. “Se tomarmos Gonet como parâmetro, a margem é muito estreita”, disse. Segundo ele, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o senador Davi Alcolumbre (União-AP) podem influenciar entre 10 e 15 parlamentares, o que torna o quadro “mais apertado” para Messias. Para Nogueira, o adiamento da sabatina para 2026 foi “salutar” ao indicado.
Críticas à decisão de Gilmar Mendes
O senador considera que a determinação de Gilmar Mendes, que restringiu a iniciativa de pedidos de impeachment de ministros do STF à Procuradoria-Geral da República, “retira atribuições do Senado” e caracteriza “invasão de Poderes”. Apesar disso, ele desaconselha retaliações, como a votação de mandatos fixos para ministros.
Acusações contra Lulinha
Nogueira classificou como “gravíssimas” as denúncias de que Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente Lula, teria recebido mesada de R$ 300 mil de pessoas ligadas ao chamado “Careca do INSS”. Para o senador, a mudança de Lulinha para a Espanha, em julho, “precisa ser esclarecida” e a Polícia Federal deve atuar com “independência” para evitar suspeitas de leniência.
Situação de Bolsonaro
Questionado sobre a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, Nogueira disse não considerá-la justa e demonstrou preocupação com a saúde do aliado. Ele pediu ao ministro Alexandre de Moraes que autorize tratamento domiciliar, alegando que a facada sofrida em 2018 deixou sequelas permanentes.
Sucessão de 2026
O presidente do Progressistas acredita que a oposição poderá derrotar Lula se conseguir unificar centro e direita. Para ele, os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Júnior (PSD-PR) são “os únicos nomes” capazes de promover essa coalizão. Nogueira afirma que seu partido não teria “dificuldade alguma” em apoiá-los.
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Federação com União Brasil
Sobre a federação em formação entre PP e União Brasil, batizada de União Progressista, Nogueira reconheceu “conflitos” nos Estados, mas disse que “há mais sinergia do que divergência”. O pedido de registro foi protocolado no Tribunal Superior Eleitoral em 2 de dezembro.
Outros pontos da entrevista
- Ele prevê a redução do número de legendas a “no máximo oito grandes partidos” após as próximas eleições.
- Defendeu que o ministro do Esporte, André Fufuca (PP), deixe o governo Lula para seguir a orientação da sigla.
- Atribuiu erros da oposição à falta de foco em temas como segurança pública e alta de preços.
- Disse apoiar a votação de uma anistia aos acusados pelos atos de 8 de janeiro, mas só com acordo prévio entre Câmara, Senado e Supremo.
A entrevista foi concedida ao portal Poder360 e teve duração de 26 minutos e 51 segundos.
Com informações de Poder360

