Brasília – A defesa de Filipe Martins, ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro (PL), informou que levará ao Supremo Tribunal Federal (STF) documentos que, segundo o advogado Jeffrey Chiquini, demonstram a inocência do réu no processo sobre suposta trama golpista.
Chiquini declarou ter localizado “elementos inéditos” ao baixar a íntegra dos 78 terabytes de dados reunidos pela Polícia Federal (PF). Para isso, disse ter alugado um computador de alto desempenho diretamente do Google. “Tudo o que eu disser na tribuna eu quero mostrar documentalmente. A nossa sustentação não será narrativa, será verdade”, afirmou.
Sustentação oral nesta terça-feira
O advogado fará sustentação oral nesta terça-feira, 9 de dezembro de 2025. Na véspera, já em Brasília, ele concedeu entrevista ao Poder360 em que criticou a exigência do STF de enviar previamente os slides da apresentação para análise. De acordo com Chiquini, a primeira versão foi rejeitada pela Corte; uma segunda remessa foi protocolada em 8 de dezembro, ainda dentro do prazo, mas teria sido vetada pelo ministro Alexandre de Moraes “sem explicação”, o que, segundo ele, deixou a defesa “no escuro a um dia do julgamento”.
Críticas ao material usado na investigação
A defesa sustenta que a acusação está baseada “sem questionamento” nos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Chiquini afirmou ter encontrado indícios de que Cid seria o autor de documentos atribuídos a terceiros. “Se alguém quis golpe de Estado, esse alguém se chama Mauro Cid”, disse.
Outro ponto levantado é a ausência dos originais de listas de participantes e minutas presentes no processo. Segundo o advogado, os autos contêm apenas transcrições produzidas pela PF. “É o primeiro processo da história do Brasil sem perícia”, declarou. “A PF jogou documentos na mesa e disse: ‘Essa é a verdade’, e nós temos que aceitar sem ver o original.”
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A sessão de julgamento no STF está marcada para esta terça-feira.
Com informações de Poder360