A defesa da deputada Carla Zambelli (PL-SP) celebrou dois desfechos considerados favoráveis ocorridos nesta terça-feira (2.dez.2025) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. O relator do processo, Diego Garcia (Republicanos-PR), apresentou parecer contra a perda do mandato da parlamentar, e um pedido de vista coletivo adiou a votação.
“Hoje, a defesa celebra e mostra mais uma vez que a tripartição dos Poderes é obrigatória”, afirmou o advogado Fábio Pagnozzi, que representa Zambelli. Segundo ele, o relatório da CCJ será anexado ao processo que tramita no Tribunal de Apelação de Roma, onde a deputada contesta sua condenação no Brasil. Pagnozzi alega que não teve acesso aos autos que fundamentaram a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e afirma que o processo segue em segredo de Justiça mesmo após o trânsito em julgado.
Em entrevista a jornalistas, Garcia defendeu que a Câmara não deve decretar a perda de mandato enquanto houver “suspeitas que deixam margem para dúvidas”. O parlamentar citou possível perseguição política, lembrando que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi relator e, ao mesmo tempo, vítima dos ataques investigados.
Condenações e situação atual
Em maio, o STF condenou Zambelli a 10 anos de prisão e à perda do mandato por liderar a invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A parlamentar está detida na Itália desde 29.jul.2025 e aguarda audiência de extradição marcada para quinta-feira (4.dez.2025).
Apesar da determinação do Supremo para execução imediata da perda de mandato, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu submeter o tema ao plenário, adotando um trâmite mais longo.
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Zambelli deixou o Brasil em junho e foi incluída na lista vermelha da Interpol em 5.jun.2025, a pedido de Moraes. Em agosto, o STF impôs nova pena de 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal contra o jornalista Luan Araújo, episódio ocorrido na véspera do segundo turno das eleições de 2022.
Com o parecer contrário à cassação e o pedido de vista, ainda não há data definida para que a CCJ retome a análise do processo.
Com informações de Poder360

