Brasília – 6.dez.2025 – O anúncio, na sexta-feira (5.dez), da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República expôs divergências entre correntes da direita brasileira. Enquanto aliados fiéis ao ex-presidente Jair Bolsonaro enxergam no filho mais velho do ex-mandatário o quadro mais habilidoso do clã, outros grupos apontam limites eleitorais e temem nova rodada de polarização com o PT.
Mercado reage negativamente
No dia da confirmação, o dólar avançou 2,31% e o Ibovespa recuou 4,31%. Analistas atribuíram a reação à possibilidade de repetição do duelo Lula versus Bolsonaro, agora com Flávio na urna, avaliando que o senador teria menor capacidade de dialogar com o centro do que nomes como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Prós destacados por aliados
Entre bolsonaristas, o senador é visto como articulador capaz de atrair a centro-direita graças, segundo eles, a maior “frieza” e habilidade política em comparação ao pai e aos irmãos. Dirigentes do PL, como Valdemar Costa Neto, sustentam que o apoio explícito de Jair Bolsonaro – inelegível desde 30.jun.2023 e preso em Brasília desde 22.nov.2025 por tentativa de golpe de Estado – garante a Flávio presença no segundo turno.
Aliados também ressaltam a vinculação natural com o tema da segurança pública. Flávio é do Rio de Janeiro e mantém relação próxima com o governador fluminense, Cláudio Castro (PL). A megaoperação policial de 28.out, que resultou em 122 mortes, reacendeu o debate sobre o assunto, visto como central na eleição de 2026.
Argumentos contrários
Setores da direita menos alinhados ao bolsonarismo alertam para o “teto” de votos do sobrenome Bolsonaro, que, na avaliação deles, facilitaria a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao manter a disputa nos moldes de 2022. O presidente do União Brasil, Antonio de Rueda, declarou nas redes que o país precisa “fugir da polarização” em 2026.
Críticos afirmam ainda que uma campanha de Flávio poderia deslocar o debate econômico para segundo plano, privilegiando pautas morais e identitárias, além de ter menor apelo junto ao eleitorado de centro do que Tarcísio ou Ratinho Júnior. Escândalos do passado, como investigações sobre “rachadinhas” e ligações com o ex-assessor Fabrício Queiroz, e o mal-estar sofrido em um debate para a prefeitura do Rio em 2016, são citados como desgastes adicionais.
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Cenário dentro da direita
Horas antes do anúncio, o presidente do PP, Ciro Nogueira, elogiou publicamente a capacidade de composição de Tarcísio e Ratinho Júnior, reforçando a divisão interna. Desde então, a pré-candidatura de Flávio segue mobilizando declarações públicas e conversas reservadas sobre as chances da direita em 2026.
O calendário eleitoral prevê que as convenções partidárias ocorram em meados de 2026. Até lá, a base conservadora seguirá discutindo qual nome oferecerá maior competitividade contra Lula.
Com informações de Poder360

