Enel apoia rede subterrânea em São Paulo e nega devolução da concessão

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São Paulo — A Enel São Paulo afirmou nesta quarta-feira, 17 de dezembro de 2025, que está disposta a ampliar o enterramento de cabos elétricos na capital para diminuir falhas provocadas por tempestades, mas descartou a possibilidade de devolver a concessão que vence em 2028.

A declaração veio um dia após o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), informarem que solicitarão à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a abertura de processo de caducidade do contrato da distribuidora.

Em nota, a empresa enfatizou que substituir a fiação aérea por rede subterrânea exige “investimentos maciços”, um plano estruturado com entes públicos e definição de mecanismo de remuneração para evitar repasses excessivos à tarifa.

Infraestrutura atual

Menos de 1 % dos cerca de 20 mil quilômetros de rede da capital paulista está sob o solo. Lançado em 2017, o programa municipal SP Sem Fios enterrou pouco mais de 46 quilômetros de cabos até agora.

Apagões recentes

O posicionamento da Enel ocorre depois do blecaute de 10 de dezembro, quando ventos de até 98 km/h, provocados por um ciclone extratropical, deixaram cerca de 2,2 milhões de imóveis sem energia na Grande São Paulo. Seis dias depois, mais de 30 mil clientes permaneciam sem luz.

Investimentos e disputas

A companhia diz cumprir todos os indicadores regulatórios e ter investido mais de R$ 10 bilhões na rede desde que assumiu a concessão em 2018. Para 2025-2027, o plano prevê mais R$ 10,4 bilhões. Segundo a empresa, 1.600 profissionais foram contratados em 2024 para reforçar a operação.

A prefeitura contesta os números; Nunes afirma ter identificado menos equipes nas ruas durante o apagão por meio do sistema de câmeras municipal. Além da pressão política, a distribuidora é alvo de questionamentos do Tribunal de Contas da União, que recomendou à Aneel avaliar intervenção federal na concessionária. Desde 2020, as multas aplicadas somam mais de R$ 374 milhões, parte suspensa judicialmente.

No comunicado, a Enel reiterou confiar no marco regulatório brasileiro e declarou que permanece comprometida com o fornecimento de energia na região metropolitana de São Paulo.

Com informações de Poder360

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