Brasília (DF) – A família de Aline Maria Ferreira da Silva, de 33 anos, classificou como “injusta” a decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) que retirou a qualificadora de homicídio por motivo torpe do processo contra a empresária Grazielly da Silva Barbosa, indiciada pela morte da influenciadora.
Reação da família
Em nota assinada pela advogada Julianna Andrade, os parentes afirmaram ter recebido “com perplexidade” a supressão da qualificadora, mas reforçaram a expectativa de que a ré seja condenada pelo homicídio, ainda que na forma simples.
A defesa também pediu que o Ministério Público de Goiás (MPGO) aprofunde a investigação sobre possível adulteração de produto terapêutico. Exame de autópsia apontou a presença de óleo no local da aplicação – substância incompatível com o produto correto –, reforçando suspeita de falsificação, segundo a advogada.
Procedimento e morte
O procedimento estético ocorreu em 23 de junho de 2024, na clínica administrada por Grazielly, em Goiânia. Aline recebeu 30 ml de PMMA em cada glúteo. No dia seguinte, passou a apresentar febre e dores. Nove dias depois, já internada em hospital de Brasília, morreu em decorrência de falência múltipla de órgãos provocada por choque séptico, de acordo com laudo cadavérico.
Irregularidades apontadas
Conforme a denúncia, Grazielly se apresentava como biomédica, mas não possuía formação na área da saúde. A clínica não tinha alvará sanitário nem responsável técnico. O processo indica que a suspeita utilizava substâncias falsificadas, importadas clandestinamente do Paraguai, e preparava manualmente as seringas.
Testemunhas relataram que, após a aplicação, a empresária massageou a região sem luvas, colocou curativos e orientou a influenciadora a tomar medicamentos caseiros, desencorajando-a a procurar atendimento médico.
Imagem: Internet
Visita ao hospital
Em 27 de junho, quatro dias após o procedimento, Aline foi internada em Brasília. Segundo o MP, Grazielly visitou a paciente e aplicou um anticoagulante, alegando prevenir trombose. A influenciadora foi transferida para a UTI de outro hospital no mesmo dia e morreu cinco dias depois.
Andamento do processo
O MPGO denunciou Grazielly por homicídio com dolo eventual, ao entender que ela assumiu o risco de matar ao realizar o procedimento em condições inadequadas. A defesa da empresária sustenta que o caso se trata de homicídio culposo, sem intenção de matar. A data do julgamento no Tribunal do Júri ainda não foi definida.
Com informações de Metrópoles

