O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) anunciou, nesta sexta-feira (5/12), que foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como candidato do Partido Liberal ao Palácio do Planalto nas eleições de 2026. A declaração foi feita nas redes sociais após a coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, revelar que o ex-mandatário, preso na carceragem da Polícia Federal em Brasília, havia comunicado a decisão a interlocutores e aliados.
“Confirmo a decisão de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação”, escreveu o senador, afirmando receber a tarefa com “grande responsabilidade” e chamando o pai de “maior liderança política e moral do Brasil”.
Críticas ao governo Lula e discurso religioso
No mesmo texto, Flávio fez críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Não vou ficar de braços cruzados enquanto vejo a esperança das famílias sendo apagada e nossa democracia sucumbindo”, registrou. Ele também recorreu a referências religiosas, dizendo acreditar que “Deus abre portas, derruba muralhas e guia cada passo dessa jornada”.
Rearranjo na direita
A indicação mexe com o xadrez político do campo conservador. Segundo aliados, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro deve concorrer ao Senado pelo Distrito Federal, enquanto o candidato a vice na chapa de Flávio deverá sair de um partido de centro. No grupo governista, setores do PT defendem a repetição da chapa Lula-Alckmin.
De acordo com apuração da coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi informado pessoalmente da decisão em encontros recentes com o próprio Flávio na capital paulista.
Reações nas redes sociais
A oficialização provocou divisão entre apoiadores da direita. Perfis próximos ao bolsonarismo comemoraram. “Meu candidato para 2026 chegou”, publicou um usuário, junto a uma imagem de Flávio com a faixa presidencial gerada por inteligência artificial. Outro escreveu: “Flávio Bolsonaro no primeiro turno. Ele falou, está falado”. Já simpatizantes de Tarcísio reagiram com irritação; uma usuária do X ironizou: “No primeiro turno, voto no Renan Santos; no segundo, voto no Lula, contra o Flávio rachadinha”.
Imagem: Internet
O ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten declarou que “toda e qualquer decisão do ex-presidente é soberana”.
Perfil e próximos passos
Segundo aliados do clã Bolsonaro, a escolha de Flávio é vista como estratégica. Fora da disputa por estar preso, Jair Bolsonaro considera que o filho mais velho tem perfil considerado mais moderado, capacidade de diálogo político e apoio de palanques estaduais relevantes, como os dos governadores Tarcísio de Freitas e Cláudio Castro (PL-RJ). A expectativa é que o senador intensifique viagens pelo país e adote agenda de pré-campanha para fortalecer sua presença nacional.
Com informações de Metrópoles

