Tegucigalpa — O procurador-geral de Honduras, Johel Zelaya, determinou nesta segunda-feira (8/12) que a Agência Técnica de Investigação Criminal (Atic), demais forças de segurança do país e a Interpol cumpram o mandado de prisão contra o ex-presidente Juan Orlando Hernández, libertado nos Estados Unidos após receber indulto do ex-mandatário norte-americano Donald Trump.
“Informo ao povo hondurenho que instruí a Atic e insto os órgãos de segurança do Estado, além de nossos aliados internacionais, como a Interpol, a executar o mandado de captura internacional contra o ex-presidente Juan Orlando Hernández”, escreveu Zelaya nas redes sociais.
Condenação por narcotráfico
Hernández foi condenado nos Estados Unidos por facilitar o envio de toneladas de cocaína ao território norte-americano. Preso em Tegucigalpa em fevereiro de 2022, menos de três semanas depois de deixar o cargo, ele foi extraditado em abril daquele ano a pedido da Justiça dos EUA e sentenciado a 45 anos de prisão por tráfico de drogas e comércio ilegal de armas.
Trump concedeu o perdão em 28 de novembro, dois dias antes das eleições gerais hondurenhas, alegando que promotores teriam tratado Hernández de forma injusta e afirmando ter atendido a um pedido de cidadãos de Honduras. O ex-presidente foi libertado em 1º de dezembro.
Eleições indefinidas
O pedido de recaptura ocorre enquanto o país ainda aguarda o resultado oficial do pleito. Com 99% das urnas apuradas, o candidato Nasry Tito Asfura, do conservador Partido Nacional – mesma legenda de Hernández – liderava por pouco mais de um ponto percentual sobre Salvador Nasralla, do Partido Liberal, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A proclamação do vencedor depende da revisão de milhares de atas com inconsistências.
Antes de anunciar o perdão, Trump declarara apoio público a Asfura e pediu aos hondurenhos que votassem nele. Uma eventual vitória do candidato do Partido Nacional poderia facilitar o retorno de Hernández ao país.
Imagem: Internet
Acusações e defesa
Salvador Nasralla, que faz do combate à corrupção sua principal bandeira, acusa Hernández de ter fraudado a eleição de 2017. O ex-presidente nega irregularidades e sustenta ter sido um aliado chave dos Estados Unidos na guerra contra as drogas.
Os crimes imputados a Hernández também envolvem um esquema multimilionário de desvio de verbas públicas para financiar a campanha presidencial de 2013, que teria contado com a participação de ex-parlamentares, empresários e cidadãos comuns.
O posicionamento do Ministério Público hondurenho amplia a pressão internacional sobre o ex-chefe de Estado, agora livre nos Estados Unidos, mas novamente na mira das autoridades de seu país.
Com informações de Metrópoles

