Democratas da Comissão de Supervisão da Câmara dos Representantes divulgaram nesta quarta-feira (3/12) um conjunto de fotografias inéditas da residência de Jeffrey Epstein na Ilha Little St. James, nas Ilhas Virgens Americanas. O material mostra em detalhes o ambiente apontado como centro dos abusos sexuais cometidos pelo bilionário durante décadas.
O que as fotos revelam
Entre os registros aparecem quartos e banheiros preservados, uma sala com cadeira semelhante à de consultório odontológico, máscaras penduradas na parede e um telefone fixo com botões de discagem rápida rotulados como “Darren”, “Rich”, “Mike”, “Patrick” e “Larry”. Um quadro-negro exibe palavras como “poder”, “engano”, “conspirações” e “político”. Por precaução, nomes de mulheres encontrados em objetos e anotações foram cobertos antes da divulgação.
De acordo com o deputado Robert Garcia, principal democrata do painel, a publicação busca “garantir transparência e ajudar a reconstruir o quadro completo dos crimes horríveis de Epstein”. As imagens, segundo o comitê, nunca haviam sido tornadas públicas.
Lei pressiona governo a liberar documentos
A divulgação ocorre poucos dias depois de o ex-presidente Donald Trump sancionar lei que obriga o Departamento de Justiça a liberar todos os documentos federais relacionados a Epstein no prazo de 30 dias. O texto, aprovado por ampla maioria bipartidária, exige que sejam revelados registros bancários, entrevistas e materiais não classificados acumulados em mais de uma década de investigações. Parlamentares, porém, demonstram ceticismo em relação ao cumprimento do cronograma, citando uma nova apuração interna que pode atrasar ou restringir a liberação.
Ilhas no centro das investigações
As propriedades Little St. James e Great St. James são há anos foco de autoridades. Testemunhas apontam que Epstein usava as ilhas para receber figuras influentes e manter sua rede de tráfico sexual fora do escrutínio público. Em memórias póstumas, a vítima Virginia Giuffre relatou ter sido violentada por um líder mundial não identificado, aos 18 anos, em uma das ilhas.
Ambos os terrenos foram vendidos em 2023 ao bilionário Stephen Deckoff, que não se manifestou. Simultaneamente, a comissão legislativa continua investigando possíveis benefícios fiscais concedidos a Epstein nas Ilhas Virgens em razão de relações políticas e comerciais.
Imagem: Internet
Fluxo de dinheiro sob análise
O comitê recebeu cerca de 5 mil documentos do JP Morgan e do Deutsche Bank sobre as movimentações financeiras de Epstein. Até agora, mais de 65 mil páginas de material já foram tornadas públicas. Os parlamentares pressionam personagens centrais do caso: Ghislaine Maxwell declarou que permanecerá em silêncio, enquanto Bill e Hillary Clinton foram intimados e podem enfrentar medidas de desacato.
Republicanos criticaram a divulgação de apenas uma fração das fotografias, acusando os democratas de selecionar informações.
Com informações de Metrópoles

