Indicação de Flávio Bolsonaro à Presidência reorganiza disputa de 2026 e alivia caminho para Lula

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Brasília — A decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro de apontar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato à Presidência da República em 2026 movimentou o cenário político e reduziu a pressão sobre outros nomes da direita, deixando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em posição confortável para buscar um quarto mandato.

Bolsonaro fora da disputa direta

Inelegível até completar 105 anos, Jair Bolsonaro se mantém como principal liderança da direita mesmo sob risco de prisão, mas, impedido de concorrer, transferiu o protagonismo para o filho. Segundo interlocutores, a escolha visa preservar sua influência no campo conservador.

Por que Flávio e não Michelle

Embora pesquisas apontem a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro com melhor desempenho, especialmente entre mulheres e evangélicos, o ex-presidente optou por Flávio. Avaliações internas indicam que Bolsonaro teria maior controle sobre o filho do que sobre a esposa, fator decisivo na escolha.

Antecedentes familiares

O histórico político da família pesou. Em 1992 e 1996, a então mulher de Bolsonaro, Rogéria, foi eleita vereadora no Rio com apoio do marido. Ao perceber sinais de independência, ele lançou o filho Carlos, então com 17 anos, que derrotou a própria mãe na eleição seguinte. Rogéria e Bolsonaro se separaram, e, em novo casamento com Ana Cristina Valle, relatos de traição encerraram a relação. Hoje, Bolsonaro declara dependência crescente de Michelle.

Efeito dominó entre possíveis candidatos

Com Flávio na cabeça de chapa, figuras cortejadas pelo Centrão ajustaram seus planos. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), passou a concentrar esforços na tentativa de reeleição, reiterando que seguiria a orientação de Bolsonaro.

Governadores como Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) mantêm a intenção de disputar o Planalto, mas enfrentam indefinições partidárias. O União Brasil, que apoiaria Tarcísio, e o PP, do senador Ciro Nogueira, sinalizam prioridade em ampliar bancadas no Congresso em vez de lançar nomes próprios.

No PSD, Gilberto Kassab continua estimulando a candidatura do governador Ratinho Júnior (PR), embora o pai do político aconselhe a busca por uma vaga segura no Senado. Já Romeu Zema (Novo-MG) é visto por aliados como sem condições de superar Lula na disputa nacional.

Cenário favorável ao Planalto

Com adversários divididos e a direita em reorganização, Lula observa a movimentação com tranquilidade, enquanto partidos do Centrão miram eleições legislativas e estaduais.

Com informações de Metrópoles

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