O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,18% em novembro e acumulou alta de 4,46% em 12 meses, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10.dez.2025). Embora o resultado tenha ficado abaixo do teto da meta oficial de inflação, de 4,5%, analistas consideram prematuro falar em vitória contra a alta de preços.
Serviços seguem pressionando
Mariana Rodrigues, economista da SulAmérica Investimentos, avaliou que o dado veio em linha com as previsões do mercado, influenciado por descontos típicos de fim de ano e pela continuidade da deflação de alimentos. Para ela, no entanto, o quadro ainda exige atenção do Banco Central porque os serviços com maior uso de mão de obra seguem em patamar elevado. A gestora mantém projeção de início de corte na Selic somente a partir de março de 2026.
Pablo Spyer, conselheiro da Ancord, classificou o resultado como positivo, mas destacou que núcleos de inflação considerados mais sensíveis permanecem resistentes. “A aparente calmaria não elimina os riscos”, afirmou, defendendo a necessidade de sinais mais claros de desaceleração persistente antes de qualquer euforia.
Efeito sobre o crédito e o mercado imobiliário
Para João Pedro Camargo, sócio da joint venture LIV Inc Kopstein, a inflação moderada começa a ampliar a previsibilidade macroeconômica, sobretudo em setores dependentes do custo de capital, como o mercado imobiliário de alto padrão. Segundo ele, projeções mais estáveis de preços ajudam incorporadoras a planejar lançamentos e estoques, além de reforçar a percepção de imóveis de luxo como proteção patrimonial.
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Apesar da melhora no indicador, os especialistas reforçam que o cenário ainda não autoriza otimismo pleno. O entendimento predominante é que o início do ciclo de afrouxamento monetário em 2026 dependerá de evidências adicionais de controle duradouro da inflação.
Com informações de Poder360