Inflação avança dentro da meta e reforça expectativa de corte da Selic em 2026

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A inflação oficial voltou a se aproximar do centro da meta e aumentou a confiança do mercado financeiro na possibilidade de início do ciclo de queda da taxa básica de juros em 2026. Economistas ouvidos nesta quarta-feira (10/12) reagiram aos números do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Números de novembro

O IPCA subiu 0,18% no mês, após alta de 0,09% em outubro. No acumulado de 2024, o índice soma 3,92%; em 12 meses, a taxa recuou de 4,68% para 4,46%, permanecendo abaixo do teto de 4,5% fixado para a meta de 2025.

Visão dos analistas

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, afirmou que o resultado veio “abaixo do esperado”. Para ela, a Selic deve ser mantida em 15% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta quarta, com cortes a partir de março e encerramento de 2026 em 13%.

André Valério, do Banco Inter, destacou que a média dos núcleos desacelerou de 0,26% para 0,23%, levando a média móvel trimestral ao menor nível desde novembro de 2023. Ele vê espaço para o Copom sinalizar reduções já em janeiro.

Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, avaliou que a composição do índice se manteve qualitativamente favorável, com serviços controlados e deflação em bens industriais. A projeção da casa é de IPCA em 4,4% neste ano.

Pablo Spyer, conselheiro da Ancord, observou que a inflação de serviços – impulsionada por passagens aéreas – segue pressionando o indicador. Segundo ele, cortes só devem ocorrer de forma gradual no primeiro trimestre de 2026.

Maykon Douglas ressaltou que os núcleos permanecem em trajetória de melhora e estima IPCA de 4,3% em 2024. Mesmo assim, considera mais provável que o Copom comece a reduzir a Selic apenas em março de 2026.

Detalhamento do IPCA

Cinco dos nove grupos pesquisados registraram alta: despesas pessoais (0,77%) e habitação (0,52%) responderam pelos maiores impactos, seguidos de vestuário (0,49%), transportes (0,22%) e educação (0,01%). Artigos de residência (-1%), comunicação (-0,2%), saúde e cuidados pessoais (-0,04%) e alimentação e bebidas (-0,01%) ficaram no campo negativo.

O resultado mensal ficou ligeiramente abaixo da mediana das projeções do mercado, que apontava alta de 0,2% e inflação anual de 4,49%.

Juros e inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para conter pressões de preços. Taxas mais altas encarecem o crédito, desestimulam o consumo e tendem a frear a inflação, enquanto cortes têm efeito oposto. A decisão do Copom sobre a taxa básica será anunciada ainda nesta quarta-feira.

Com informações de Metrópoles

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