Juíza diz que vereador do PL escolhia mulheres em situação de vulnerabilidade para crimes sexuais

0
29

O vereador Cássio Luiz Barbosa, conhecido como Cássio Fala Pira (PL), permanece preso após decisão da 1ª Vara Criminal de Piracicaba, no interior paulista. A juíza Ana Claudia Madeira de Oliveira afirmou que o parlamentar mirava mulheres em condição econômica e social frágil para cometer estupro e importunação sexual.

Cássio foi detido em 9 de outubro sob ordem de prisão temporária, posteriormente convertida em preventiva. Pelo menos seis mulheres registraram boletins de ocorrência relatando crimes ocorridos entre 2015 e 2018. As denúncias foram encaminhadas à Polícia Civil e ao Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Modo de abordagem

De acordo com a investigação, o vereador se apresentava como líder comunitário e aproveitava momentos de dificuldade das vítimas — como desemprego, problemas de saúde ou participação em ações de auxílio após incêndios — para fazer comentários e exigências sexuais. Em um dos casos, disse: “O povo só pede as coisas, mas ninguém dá nada em troca, o que eu vou ganhar se eu te ajudar?”.

As autoridades relatam semelhanças nos depoimentos: investidas iniciadas com insinuações, seguidas de violência sexual. Uma das vítimas contou que foi obrigada a masturbar o parlamentar. Após o ato, ele afirmou: “Isso não é errado, você vai ganhar para isso, e depois eu vou arranjar um emprego para você. Não adianta você denunciar, pois vai ser sua palavra contra a minha”.

Investigação sobre imagens de abuso infantil

Durante busca e apreensão, a polícia localizou no celular de Cássio imagens de exploração sexual infantojuvenil. Um inquérito foi aberto para apurar a posse desse material.

A defesa, representada pelo advogado José Osmir Bertazzoni, sustenta que os arquivos chegaram ao aparelho como denúncia contra terceiro e que o parlamentar comunicou o fato à Câmara Municipal. O defensor afirma que o vereador é inocente e alega perseguição política.

Afastamento e disputa pelo salário

Dois dias após a prisão, o presidente da Câmara, Rerlison Rezende (PSDB), afastou Cássio do mandato e suspendeu seu salário. O vereador recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo pedindo a retomada do pagamento e os valores retroativos, com correção monetária.

Na última sexta-feira (28/11), o juiz Wander Pereira Rossette Júnior, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Piracicaba, negou liminar para restabelecer imediatamente a remuneração, adiando análise mais detalhada do pedido.

Enquanto aguarda decisão sobre o salário, Cássio Barbosa continua detido e responde às acusações de estupro, importunação sexual e posse de imagens de abuso infantil.

Com informações de Metrópoles

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here