A Polícia Civil de São Paulo obteve autorização judicial para exumar, na Tunísia, o corpo do tunisiano Hayder Mhazres, apontado como quarta vítima de Ana Paula Veloso Fernandes, investigada como “serial killer” de Guarulhos. A medida, segundo despacho do Tribunal de Justiça paulista, busca coletar vísceras e tecidos sólidos que possam confirmar ou descartar a suspeita de envenenamento.
Cooperação internacional
O pedido do 1º Distrito Policial de Guarulhos foi aceito pela Justiça e encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores. A pasta acionou a Embaixada do Brasil em Túnis e a Interpol para viabilizar a abertura da sepultura em solo tunisiano.
Exame de sangue deu negativo
Antes de ser trasladado para a Tunísia, o corpo passou por coleta de sangue no Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo. Laudo preliminar do Núcleo de Toxicologia Forense não encontrou substâncias tóxicas, fármacos, drogas de abuso, praguicidas nem compostos voláteis. O parecer judicial ressalta, porém, que “o sangue não é o material de eleição em casos de possível envenenamento”, recomendando análise de vísceras e conteúdo gástrico.
Família cedeu após resistência religiosa
Inicialmente contrária à exumação por motivos religiosos, a família de Hayder concordou com o procedimento. Até a manhã desta quinta-feira (4/12), não havia registro de realização da exumação nem de novo laudo toxicológico anexado ao processo.
Série de quatro mortes
Ana Paula e a irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, estão presas preventivamente e respondem por quatro homicídios qualificados. A investigação aponta uso de chumbinho, manipulação emocional e busca por dinheiro ou moradia em todas as mortes:
Imagem: Internet
- Marcelo Hari Fonseca – proprietário da casa onde as irmãs viviam, encontrado morto no sofá em Guarulhos.
- Maria Aparecida Rodrigues – amiga de Ana, envenenada com bolo e café.
- Neil Corrêa da Silva – pai de uma amiga, morto em Duque de Caxias (RJ) em troca de dinheiro.
- Hayder Mhazres – tunisiano conhecido por aplicativo de relacionamento; investigados teriam filmado a agonia da vítima na UTI.
Defesa tenta libertar Roberta
O advogado Almir da Silva Sobral pediu a soltura de Roberta e a retirada de qualificadoras, alegando que ela não participou dos crimes. A Justiça negou.
Ana Paula está na Penitenciária de Tremembé, no interior paulista, e Roberta, no Presídio Feminino de Santana, na capital. Elas respondem por homicídio qualificado e associação criminosa, com penas que podem superar 100 anos.
Com informações de Metrópoles