Justiça exige intérprete de árabe na primeira audiência das irmãs acusadas de série de envenenamentos

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A Vara do Júri de Guarulhos, na Grande São Paulo, determinou a presença obrigatória de uma intérprete de árabe na audiência de instrução que investigará a morte do tunisiano Hayder Mhazres, atribuída às irmãs gêmeas Ana Paula Veloso Fernandes e Roberta Cristina Veloso Fernandes. As duas respondem ainda por outros três homicídios por envenenamento e permanecem presas preventivamente.

Depoente-chave não fala português

O tradutor foi solicitado porque Hazem Mhazres, irmão da vítima e considerado testemunha essencial, não domina o idioma português. Ele prestará depoimento entre 6 e 8 de abril do próximo ano, data em que as rés participarão pela primeira vez de um interrogatório judicial completo.

Durante a oitiva, a intérprete fará a tradução simultânea de todas as perguntas do juiz, do Ministério Público, da defesa e das respostas da testemunha. A decisão está no mesmo despacho que manteve a prisão preventiva das acusadas, sob argumento de elevada periculosidade e risco de interferência na coleta de provas caso fossem soltas.

Audiência distribuída em três dias

O cronograma definido pelo tribunal prevê:

  • 6 de abril: depoimentos de brasileiros que acompanharam os últimos dias de Hayder Mhazres;
  • 7 de abril: oitiva de três brasileiros e de Hazem Mhazres, com apoio da intérprete;
  • 8 de abril: interrogatório presencial das irmãs Ana Paula e Roberta.

As rés negam envolvimento nos crimes. A defesa tentou encerrar o processo antes da instrução alegando que a denúncia se baseia apenas em indícios, mas o juiz considerou que há elementos suficientes para prosseguir.

Exumação na Tunísia

O caso ganhou dimensão internacional. A Polícia Civil de São Paulo solicitou a exumação do corpo de Hayder, já sepultado na Tunísia, para um novo exame toxicológico. A primeira coleta de sangue feita no Brasil era insuficiente para detectar substâncias de rápida metabolização. A operação envolve a Polícia Civil paulista, o Itamaraty, a Embaixada do Brasil em Túnis e a Interpol. A família, que inicialmente se opunha por motivos religiosos, autorizou o procedimento.

Com o auxílio da intérprete, a Justiça espera que Hazem relate detalhes que antecederam e sucederam a morte do irmão, informação considerada decisiva para confirmar ou descartar a hipótese de envenenamento.

Com informações de Metrópoles

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