A Polícia Federal concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou um instrumento compatível com ferro de solda para danificar a tornozeleira eletrônica que portava. O laudo pericial, incluído nos autos nesta quarta-feira (17.dez.2025), descreve o procedimento como “grosseiro” e sem precisão técnica.
Incidente levou à prisão preventiva
O equipamento de monitoramento foi danificado na madrugada de 22 de novembro, episódio que motivou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, a decretar a prisão preventiva de Bolsonaro. Desde então, o ex-presidente está detido na Superintendência da PF em Brasília.
Segundo o relatório assinado pelos peritos criminais federais Michele Ávila dos Santos e Dângelo Victor Gonçalves Silva, o dispositivo apresentou perfurações que deixaram a bateria exposta, situação suficiente para acionar os alarmes de violação. Testes realizados com ferro de solda em material idêntico revelaram marcas compatíveis com as observadas na tornozeleira.
Execução da pena
Em 25 de novembro, três dias após a prisão, Moraes determinou o início da pena de 27 anos e 3 meses imposta a Bolsonaro por liderar organização criminosa que tentou mantê-lo no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Quadro de saúde e pedido de cirurgia
A defesa recorreu ao STF em 9 de dezembro solicitando autorização para uma cirurgia e retorno à prisão domiciliar, alegando quadro clínico “grave, complexo e progressivamente debilitado”. Moraes concedeu 15 dias para a PF avaliar a necessidade do procedimento.
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No domingo (14.dez), Bolsonaro passou por ultrassonografia na própria Superintendência da PF, que detectou duas hérnias inguinais. A equipe médica recomendou cirurgia. A pedido do ministro, peritos federais realizaram novos exames nesta quarta-feira (17.dez). O laudo médico será encaminhado a Moraes, que decidirá sobre a autorização para o procedimento cirúrgico.
Bolsonaro admitiu ter danificado a tornozeleira enquanto cumpria prisão domiciliar. A violação acionou imediatamente o sistema de alerta do equipamento.
Com informações de Poder360