O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta semana que qualquer envolvimento de seu filho Fábio no esquema investigado no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) será apurado sem benefícios ou interferências. A afirmação foi feita durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
“Se tiver filho meu metido nisso, ele será investigado”, disse Lula, ao comentar a operação deflagrada a partir de relatórios produzidos pela Controladoria-Geral da União (CGU) ao longo dos últimos dois anos.
Comparação de condutas
Segundo o comentarista político Guga Noblat, a fala serviu para realçar diferenças entre a atual gestão e a do ex-presidente Jair Bolsonaro. Noblat lembrou que, quando os filhos de Bolsonaro se tornaram alvo de investigações, o então chefe do Executivo tentou trocar o diretor-geral da Polícia Federal, pressionou pelo afastamento do ministro da Justiça e buscou influenciar órgãos de controle, como a Receita Federal.
Outro jornalista, Ricardo Noblat, avaliou que Lula vê vantagem política em manter o embate direto com o clã Bolsonaro, sobretudo diante da possibilidade de o senador Flávio Bolsonaro disputar a Presidência em 2026. Para ele, o petista procura reforçar a imagem de respeito às instituições, enquanto associa o adversário a tentativas de blindagem familiar.
Autonomia dos órgãos de investigação
Lula ressaltou que não acompanha “passo a passo” o inquérito e que o presidente da República não deve interferir nos trabalhos policiais. “O Lula não se mete nisso e nem tem que se meter, não é papel do presidente”, reiterou Guga Noblat.
Imagem: Internet
O chefe do Executivo também negou qualquer motivação política na operação que mira irregularidades no INSS, destacando tratar-se de um processo técnico iniciado antes de seu terceiro mandato.
Com as declarações, o Planalto busca reforçar a mensagem de que nenhuma pessoa será protegida, ainda que pertencente à família presidencial.
Com informações de Metrópoles