O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na manhã desta quinta-feira (18.dez.2025) 82 jornalistas de 43 veículos de comunicação para um café da manhã no Palácio do Planalto. O encontro, que durou cerca de 1h30, reuniu 61 repórteres e colunistas e foi o maior do atual mandato.
Dosimetria e Congresso
Lula afirmou desconhecer qualquer acordo com o Congresso Nacional para reduzir penas ou conceder anistia a envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro. “Se houve acordo e não me foi comunicado, então não houve acordo”, disse. O presidente declarou que vetará eventual projeto com esse teor e defendeu a conclusão das investigações para identificar financiadores das invasões aos prédios dos Três Poderes.
Questionado sobre a indicação do advogado Messias ao Supremo Tribunal Federal, o petista reconheceu que a análise não ocorrerá em 2025, mas disse que a documentação estará pronta para votação após o recesso. Negou atrito com o senador Davi Alcolumbre (União-AP) ou com o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).
Economia e agenda trabalhista
Ao citar resultados econômicos, Lula comemorou “a menor inflação acumulada em quatro anos, a maior massa salarial e o menor nível de desemprego”. Segundo ele, o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) já movimentou 79% dos recursos previstos. Ainda na área econômica, criticou a taxa de juros e defendeu o fim da escala 6×1, afirmando que pretende enviar projeto ao Congresso se provocado pelos sindicatos.
INSS e Correios
Sobre suspeitas de fraude no INSS, nas quais a CPI convocou seu filho Fábio Luís, o presidente garantiu que, se houver envolvimento, “será investigado como qualquer cidadão”. Lembrou que a apuração partiu do próprio governo. Em relação à crise dos Correios, descartou privatização e associou as dificuldades a problemas de gestão, para além da taxação de produtos importados.
Política externa
Lula relatou manter contato quinzenal por mensagens com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, a quem chamou de “amigo”, e manifestou preocupação com a possibilidade de conflito armado na Venezuela. Disse que pode voltar a conversar com Trump antes do Natal para discutir o tema e se colocou à disposição de Caracas e Washington para ajudar no diálogo.
O presidente contou ter ligado para a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, nesta quinta-feira. Segundo Lula, ela não se opõe ao acordo Mercosul-União Europeia, mas enfrenta pressão de agricultores italianos. Meloni teria sinalizado que o texto pode ser assinado “em uma semana ou dez dias”. Lula acrescentou que a data de 20 de dezembro foi sugerida pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e não pelo Mercosul.
Imagem: volta das
Eleições de 2026
Confiante, Lula declarou estar “muito tranquilo” para a campanha de 2026. Informou que chamará, no início do ano, ministros que pretendem concorrer, citando Marina Silva, Rui Costa, Camilo Santana, Fernando Haddad e Geraldo Alckmin entre pelo menos 18 possíveis saídas. Disse que gostaria de ver Haddad candidato, sem indicar qual cargo.
Detalhes do encontro
O café estava marcado para as 11h, mas o presidente chegou às 11h30 ao lado do chanceler Mauro Vieira, cumprimentando servidores flamenguistas. Sentaram à mesa principal os ministros Marina Silva (Meio Ambiente), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda). Sidônio Palmeira, responsável pela comunicação presidencial, não compareceu por motivo de saúde.
Laércio Portela, secretário de imprensa do Planalto, abriu o evento. Dez jornalistas foram sorteados para fazer perguntas, entre eles representantes de Revista Fórum, O Globo, AFP, CNBC, EBC, Record, SBT, Brasil de Fato, Rede Amazônica e Metrópoles.
Esta foi a sétima edição do “Café com Lula” desde janeiro de 2023. Os encontros anteriores ocorreram em 12.jan, 7.fev, 6.abr, 2.ago e 27.out de 2023, além de 24.abr.2024. Ao final da conversa, o presidente posou para foto coletiva com os profissionais de imprensa.
Com informações de Poder360