Integrantes do governo federal criticaram a confusão registrada na Câmara dos Deputados na noite de terça-feira (9.dez.2025), que terminou com a retirada à força do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) e a inclusão, para o dia seguinte, do projeto de anistia e dosimetria para envolvidos nos atos de 8 de Janeiro.
O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) apelou por serenidade entre os parlamentares. “É importante que tenhamos os ânimos serenados. O Poder Legislativo é a casa do debate, do diálogo, e a democracia pressupõe civilidade”, declarou a jornalistas após o episódio.
Braga protestava contra a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar sua cassação na mesma sessão que avaliaria o mandato de Carla Zambelli (PL-SP). Durante o tumulto, agentes da Polícia Legislativa expulsaram a imprensa do plenário e a TV Câmara interrompeu a transmissão. O parlamentar do PSOL foi arrastado para fora do plenário.
O ministro das Cidades, Guilherme Boulos (PSOL), classificou como “equivocada” a decisão de pôr em votação o PL da Dosimetria. “É lamentável que a Câmara tenha decidido pautar o projeto de anistia e dosimetria. Essa não é uma pauta do Brasil”, afirmou, defendendo que a Casa priorize temas como o fim da escala 6 x 1.
Boulos também apontou tratamento desigual por parte da Mesa Diretora: “Os bolsonaristas ficaram uma semana ocupando a mesa da Câmara e não houve essa reação”.
Relação tensa entre Planalto e Câmara
O mal-estar soma-se à deterioração do relacionamento entre Executivo e Legislativo desde que Motta escolheu o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), da oposição, para relatar o PL Antifacção, proposto pelo governo.
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Na segunda-feira (8.dez), na Residência Oficial da Câmara, Motta recebeu os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) para tratar de economia e do Orçamento de 2026. O encontro, porém, não incluiu menção ao PL da Dosimetria, o que pegou o Planalto de surpresa.
Na terça (9.dez), o presidente Lula reconheceu ter um Congresso adverso e reforçou a necessidade de ampliar o diálogo político, em meio à crise provocada pela nova pauta de anistia e pelo confronto no plenário.
Com informações de Poder360

