Moraes afirma que facção criminosa se infiltrou no poder público do Rio ao determinar prisão de presidente da Alerj

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que uma organização criminosa conseguiu infiltrar-se em órgãos do poder público do Rio de Janeiro. A avaliação consta da decisão que resultou na prisão preventiva do presidente da Assembleia Legislativa fluminense, deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil), na última quarta-feira (3).

No despacho, o magistrado citou a atuação conjunta de Bacellar e do ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, com o objetivo de enganar a Polícia Federal (PF) antes da deflagração da Operação Zargun. Para Moraes, os indícios revelam vazamento de informações sigilosas, tentativa deliberada de obstrução da Justiça e ocultação de provas por parte dos investigados.

“Tais elementos reforçam a periculosidade da organização criminosa, sua profunda infiltração no poder público fluminense e a necessidade de aprofundar as investigações”, escreveu o ministro. Ele destacou ainda que, além do domínio territorial obtido pela força, grupos criminosos no estado possuem capacidade de corromper agentes públicos em diferentes esferas de governo.

Contato com liderança do Comando Vermelho

As apurações da PF indicam que TH Joias mantinha relação próxima com a cúpula do Comando Vermelho (CV), incluindo Edgard Alves Andrade, o “Doca”, apontado como principal liderança da facção no Complexo da Penha e em comunidades da zona oeste, como Gardênia Azul, César Maia e Juramento. Imagens obtidas pelos investigadores mostram TH exibindo grandes quantias de dinheiro nas redes sociais.

Mandados e operação

Além da ordem de prisão contra Bacellar, Moraes autorizou oito mandados de busca e apreensão e uma intimação para medidas cautelares. As diligências fazem parte da ADPF 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, que designou à PF a investigação dos principais grupos criminosos violentos no Rio de Janeiro.

Posicionamento da Assembleia

Procurada, a Assembleia Legislativa do Rio informou que ainda não recebeu comunicado oficial sobre a operação. A Casa afirmou que adotará as providências necessárias assim que tiver acesso a todos os elementos do processo.

Com informações de Metrópoles

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