Brasília — A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) incluiu na pauta de quinta-feira (4/12) o requerimento para convocar Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha. O anúncio foi feito nesta terça-feira (2/12) pelo presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), em publicação nas redes sociais.
O pedido de convocação partiu do deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS). Segundo o requerimento, há indícios de ligações do filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com operadores do esquema de descontos ilegais aplicados sobre benefícios de aposentados.
Movimentações financeiras na mira
A solicitação cita movimentações envolvendo a empresa ADS Soluções, apontada pelas investigações como peça central da chamada “Farra do INSS”. Também menciona o coordenador nacional de Tecnologia da Informação do PT, Ricardo Bimbo, e o contador de Lulinha, João Muniz Leite.
De acordo com o documento, o contador recebeu valores de Bimbo no mesmo período em que a ADS transferiu milhões de reais para a Datacore, companhia ligada ao dirigente petista.
Origem das apurações
O esquema foi detalhado pelo portal Metrópoles em série de reportagens iniciada em dezembro de 2023. As publicações revelaram que, em um ano, a arrecadação de entidades que descontam mensalidades de aposentados saltou para R$ 2 bilhões, enquanto essas associações respondiam a milhares de ações por fraudes em filiações.
As reportagens motivaram inquérito da Polícia Federal (PF) e investigações da Controladoria-Geral da União (CGU). Trinta e oito matérias foram listadas pela PF no pedido que resultou na Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril deste ano, culminando nas demissões do então presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Imagem: Internet
Sem investigação formal contra Lulinha
Embora não haja investigação oficial contra Fábio Luís, os autores do requerimento argumentam que ele deve esclarecer se tinha conhecimento das movimentações financeiras e se sua estrutura foi usada, direta ou indiretamente, pelos responsáveis pelo esquema.
Ao confirmar a inclusão do tema na pauta, Carlos Viana informou que cada requerimento será votado separadamente. “A verdade aparecerá no painel. A CPMI não tem lado, não tem medo e não tem dono. Transparência total. Quem não deve, não teme”, escreveu o senador na rede social X.
As deliberações estão previstas para ocorrer na reunião do colegiado marcada para a manhã de quinta-feira.
Com informações de Metrópoles
