A Polícia Federal investiga a utilização de debêntures e fundos imobiliários para ocultar valores obtidos pelo lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, apontado como principal operador financeiro das fraudes contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social.
Novo método de ocultação
Documentos da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada na quinta-feira (18/12), indicam que empresas controladas por Antunes enviavam recursos para a HBR Capital Soluções e Serviços Financeiros, sob a justificativa de compra de debêntures. Como a titularidade desses títulos não é pública, a PF suspeita que o mecanismo era usado para esconder a real origem e propriedade do dinheiro, que retornaria ao mercado de forma aparentemente lícita após a revenda dos papéis.
A HBR pertence a Rodrigo Moraes, que teve prisão decretada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal. Segundo a investigação, Rubens Oliveira Costa — apontado como “carregador de malas” do grupo — repassou a Moraes comprovantes de três transferências realizadas pelas empresas Prospect e Brasília Consultoria, ambas do lobista, nos valores de R$ 1,2 milhão, R$ 1 milhão e R$ 40 mil. Em outra mensagem, Moraes informa que mais de R$ 6 milhões já haviam saído da conta da Prospect e antecipa a emissão de uma debênture de R$ 8,5 milhões.
Aportes em fundos imobiliários
A PF também apura o envolvimento de Cristiana Alcântara, integrante do núcleo administrativo de Antunes. Ela teria articulado a parceria com Moraes e orientado o envio de recursos para fundos imobiliários, estratégia que, segundo os investigadores, reforça a tentativa de ocultar patrimônio. O Supremo determinou o uso de tornozeleira eletrônica por Cristiana.
Saldo da operação
A fase mais recente da Sem Desconto resultou em 16 prisões preventivas (uma convertida em domiciliar) e oito ordens de monitoramento eletrônico. Entre os presos está Romeu Carvalho Antunes, filho do Careca do INSS. O secretário-executivo do Ministério da Previdência, Adroaldo Portal, foi exonerado e cumprirá prisão domiciliar. Já o senador Weverton Rocha (PDT-MA) foi alvo de busca e apreensão, com a apreensão de carros de luxo, relógios e joias.
Imagem: Internet
Outro nome citado é o da empresária Roberta Luchsinger, que, segundo a PF, recebeu R$ 1,5 milhão de Antunes. Em uma das transferências, o lobista afirmou que o dinheiro seria destinado ao “filho do rapaz”, referência que os agentes atribuem a Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.
Com informações de Metrópoles

