Brasília, 17.dez.2025 — A Embraer entregou nesta quarta-feira (17) as cinco primeiras unidades do A-29N Super Tucano à Força Aérea Portuguesa (FAP) em cerimônia realizada nas instalações da OGMA, em Alverca. Portugal tornou-se o primeiro país a operar a versão do avião adaptada aos requisitos da Otan.
Os aparelhos integram uma encomenda total de 12 aeronaves, parte do programa de modernização da aviação militar portuguesa. Segundo a FAP, o novo modelo amplia a capacidade de apoio aéreo aproximado e incorpora missões de combate a drones, demanda crescente no cenário europeu.
Linha de montagem em estudo
Durante o evento, a Embraer e o governo português assinaram uma Carta de Interesse para avaliar a implantação de uma linha de montagem final do A-29N na OGMA (antigas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico). Controlada 65% pela brasileira Airholding SGPS — pertencente à Embraer — e 35% pelo Estado português, a empresa já atua em manutenção, reparo e fabricação de estruturas aeronáuticas.
A fabricante afirma que uma possível linha de produção reforçaria a base industrial de defesa de Portugal e ampliaria a cooperação com parceiros europeus, seguindo modelo similar ao adotado no programa do cargueiro militar KC-390 Millennium.
Autoridades destacam novas capacidades
O ministro da Defesa, Nuno Melo, declarou que a aquisição oferece “capacidade comprovada de ataque ao solo” e abre espaço para operações antidrone. O chefe do Estado-Maior da FAP, general João Cartaxo Alves, ressaltou que o A-29N substitui aeronaves de instrução em uso há quase 40 anos e coloca Portugal “na vanguarda” ao ser o primeiro operador da configuração Otan.
Imagem: Divulgação/braer
Para João Bosco da Costa Junior, presidente da Embraer Defesa & Segurança, cresce o interesse europeu pelo emprego do Super Tucano em missões counter-UAS. Ele afirmou que a eventual produção em Portugal pode gerar novos negócios e aprofundar a parceria com o governo local.
Perfil do A-29
O A-29 Super Tucano é um turboélice multimissão projetado para instrução avançada, apoio aéreo, patrulha, reconhecimento e escolta. A aeronave opera em pistas não pavimentadas, requer infraestrutura reduzida e possui custos operacionais considerados baixos. Até o momento, 22 forças aéreas selecionaram o modelo, que acumula mais de 600 mil horas de voo.
Com informações de Poder360

