O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, declarou em depoimento à Polícia Federal que se comunicou com o ex-deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, um dia antes da operação que resultou na prisão do ex-parlamentar.
Bacellar foi preso preventivamente em 3 de dezembro de 2025, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O depoimento, obtido pelo programa Fantástico e exibido neste domingo (7.dez.2025), integra investigação sobre suposto vazamento de informações sigilosas que teriam favorecido TH Joias.
Mensagens e suspeita de vazamento
Em seu relato, Bacellar afirmou que manteve apenas “relacionamento institucional” com TH Joias, mas a PF encontrou no celular do ex-deputado trocas frequentes e informais com o presidente da Alerj. Na véspera da operação, TH enviou vídeos mostrando peças de picanha em freezers e fez piadas sobre “roubar a carne”. O contato estava salvo no telefone como “Predestinado”. Em outra mensagem, escreveu: “Fala 01. Estou nesse”. Bacellar respondeu com figurinhas.
A investigação aponta que, ainda naquele dia, TH questionou diretamente: “Você está sabendo de alguma coisa de operação amanhã pra mim?”. O presidente da Alerj disse que desconhecia qualquer ação. Horas depois, câmeras captaram um caminhão retirando objetos da residência do ex-deputado.
Reação durante a operação
Na manhã seguinte, às 6h, TH enviou fotos de agentes federais dentro de sua casa. Segundo Bacellar, ele se surpreendeu: “O cara é maluco, o cara me manda […] dos policiais lá na casa dele”. Questionado pelos investigadores por que não comunicou autoridades ao suspeitar de uma operação, respondeu: “Não procurei absolutamente ninguém. Não estou aqui pra entregar colega. Não estou aqui para proteger colega também que faz nada errado”.
Dinheiro em espécie e defesa
No momento em que foi levado à sede da PF, agentes encontraram R$ 90 mil em espécie no carro de Bacellar. Ele afirmou que apresentará comprovação de origem posteriormente. O parlamentar disse ainda ter ouvido “rumores” sobre o histórico criminal de TH, mas alegou que isso não interferia na convivência institucional. “Da porta pra dentro, se você tiver uma atitude de bom convívio com todo mundo, o que você faz na rua não me diz respeito”, declarou.
Imagem: Internet
A defesa de Rodrigo Bacellar nega qualquer vazamento de informação ou interferência nas investigações. Já os advogados de TH Joias informaram que ainda não tiveram acesso aos autos.
Consequências políticas
Com a prisão, Bacellar tornou-se o quinto presidente da história da Alerj detido no exercício do cargo. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa avaliará se mantém a prisão preventiva, o que definirá os próximos passos do caso no âmbito político.
Com informações de Poder360

