O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, acertaram nesta sexta-feira (5.dez.2025) elevar o intercâmbio comercial entre os dois países para US$ 100 bilhões até 2030. O entendimento foi anunciado em Nova Délhi, durante a 25ª Cúpula Anual Índia-Rússia, primeira visita oficial de Putin ao país desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022.
O encontro ocorreu no palácio presidencial Rashtrapati Bhavan, onde o líder russo recebeu honras militares com salva de 21 tiros. Na véspera, Modi o aguardou na pista do aeroporto da capital indiana.
Foco em comércio e energia
Moscou pretende ampliar as compras de produtos indianos como parte da estratégia para atingir a nova meta. Já a Índia avalia com cautela o aumento das importações de energia russa enquanto negocia com os Estados Unidos a redução de tarifas impostas em 2018 pelo então presidente Donald Trump, aplicadas em resposta à aquisição de petróleo russo por Nova Délhi.
De acordo com a agência Reuters, companhias russas reservaram carregamentos de petróleo de fornecedores não sujeitos a sanções para entrega em janeiro, aproveitando os descontos oferecidos. Analistas preveem que, em dezembro, as compras indianas de energia da Rússia alcancem o nível mais baixo em três anos, reflexo direto das tarifas norte-americanas.
Novos acordos setoriais
Além da pauta comercial, os dois governos assinaram memorandos para:
- facilitar a migração de trabalhadores indianos para a Rússia;
- instalar uma fábrica de fertilizantes em território russo;
- expandir a cooperação nos setores agrícola, de saúde e de transporte marítimo;
- reformular o vínculo em defesa, com ênfase em pesquisa, desenvolvimento e produção conjunta de equipamentos militares avançados.
Declarações dos líderes
Modi classificou a parceria bilateral como “estrela guia”, sustentada por respeito mútuo e confiança, e reiterou apoio a uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia. Em entrevista à emissora India Today, Putin questionou as sanções dos Estados Unidos: “Se eles podem comprar nosso combustível nuclear, por que a Índia não poderia ter o mesmo direito?”. O Kremlin afirmou estar disposto a discutir o tema com autoridades norte-americanas.
Imagem: Internet
Nova Délhi considera as tarifas impostas por Washington injustificadas, argumentando que Estados Unidos e União Europeia continuam importando gás natural liquefeito e urânio enriquecido russos apesar das restrições em vigor.
Com o fim da cúpula, os dois governos reiteraram o compromisso de intensificar a colaboração econômica e militar para atingir os objetivos estabelecidos até o final da década.
Com informações de Poder360

