A ministra Kátia Magalhães Arruda, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ordenou que os sindicatos garantam a presença de 80% dos funcionários em cada unidade dos Correios enquanto durar a greve da categoria.
A decisão também impede dirigentes sindicais de bloquear a entrada de trabalhadores ou a circulação de encomendas nas instalações da estatal. A medida foi tomada no processo de dissídio coletivo em curso no TST.
Greve aprovada em oito estados
A paralisação por tempo indeterminado foi aprovada em assembleias realizadas em 16 de dezembro e começou às 22h do mesmo dia. Até o momento, aderiram trabalhadores de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará, Santa Catarina, Mato Grosso e Paraíba. Em São Paulo, a greve foi aprovada mesmo sem o apoio da direção local do sindicato.
Reivindicações dos trabalhadores
Os empregados exigem reajuste salarial, pagamento do chamado “vale-peru” de fim de ano e reposição da inflação. Representantes sindicais afirmam que os profissionais não devem arcar com o desequilíbrio financeiro da empresa.
Negociações sem acordo
O TST conduz reuniões de mediação desde 11 de dezembro, com encontros nos dias 15 e 16, mas não houve consenso. O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) venceu em julho e vem sendo prorrogado. Até setembro, os Correios registraram prejuízo de R$ 6,1 bilhões.
A Federação Interestadual dos Empregados dos Correios (Findect) criticou despacho do vice-presidente do TST, ministro Guilherme Augusto Caputo Bastos, que determinou a convocação de assembleias para votar proposta da Corte. O texto prevê renovação de 79 cláusulas, reajuste de 5,13% a partir de janeiro de 2026 (pagamento a partir de abril) e validade de dois anos. O diretor jurídico da Findect, Marcos Santaguida, afirma que a iniciativa “oculta” o direito à atualização salarial integral.
Imagem: tpo indeterminado
Situação financeira da estatal
Os Correios alegam que o pacote de benefícios dos funcionários supera o praticado no mercado e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A empresa gasta R$ 15,1 bilhões por ano com a folha, valor que inclui adicional de 70% nas férias e pagamento de 200% em dias de descanso semanal ou feriados. A estatal também prepara um Programa de Demissão Voluntária (PDV) para desligar 10 mil empregados em 2026 e mais 5 mil em 2027.
Com a decisão do TST, as unidades deverão manter a maior parte das operações, enquanto prosseguem as negociações entre trabalhadores, empresa e a Justiça do Trabalho.
Com informações de Poder360

