A União pode deixar de arrecadar R$ 903,3 bilhões em impostos no próximo ano, segundo estimativa divulgada pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) em 19 de dezembro de 2025.
O valor projetado para 2026 é 8% superior ao montante calculado para 2025, de R$ 834 bilhões. O estudo desconsidera os R$ 20 bilhões referentes ao projeto que reduziu benefícios fiscais a empresas.
Demonstrativo oficial e omissões
Do total previsto, R$ 612,8 bilhões constam no Demonstrativo de Gastos Tributários (DGT) de 2026, publicado pela Receita Federal. A Unafisco acrescentou outros R$ 290,5 milhões relativos à não cobrança do Imposto sobre Grandes Fortunas e à isenção sobre a distribuição de lucros e dividendos, valores que a entidade considera ausentes no documento oficial.
Privilégios tributários
A entidade classifica como “privilégios tributários” as renúncias sem contrapartida econômica ou social comprovada. Esses benefícios devem somar R$ 618,4 bilhões em 2026, o equivalente a 68,5% do total projetado. A maior fatia será a isenção de lucros e dividendos distribuídos por pessoas jurídicas, estimada em R$ 146,1 bilhões.
Também são listados como privilégios programas de refinanciamento de dívidas, como o Refis, incentivos à Zona Franca de Manaus e isenções em títulos de crédito dos setores imobiliário e do agronegócio. Os dez maiores benefícios representarão R$ 479,6 bilhões em perda de arrecadação.
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Outros gastos tributários
Entre os gastos não enquadrados como privilégios, destacam-se as desonerações do Simples Nacional, deduções com despesas médicas, aposentadorias por acidente ou para contribuintes com mais de 65 anos e assistência médica, odontológica e farmacêutica a empregados. Juntos, esses itens devem resultar em renúncia de R$ 284 bilhões.
O levantamento completo da Unafisco está disponível em arquivo PDF e detalha a metodologia usada pela associação para estimar cada tipo de benefício fiscal.
Com informações de Poder360