O governo de Nicolás Maduro classificou como “ameaça grotesca” a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de interditar o espaço aéreo e as rotas marítimas da Venezuela. O anúncio norte-americano foi feito na noite de terça-feira (16/12). Em resposta, Caracas divulgou um comunicado na madrugada de quarta-feira (17/12) condenando a medida.
O que foi determinado por Trump
Segundo a notificação publicada na rede social Truth, o líder norte-americano proibiu a entrada e a saída de navios petroleiros que transportem petróleo venezuelano e sejam alvo de sanções dos EUA. Trump alegou que o governo chavista “roubou ativos” dos Estados Unidos, usa o setor de petróleo para se financiar e apoia “terrorismo de drogas” e tráfico de pessoas. Ele afirmou que o bloqueio permanecerá “até Maduro deixar o poder”.
Reação de Caracas
Na nota oficial, Caracas acusou Washington de violar o Direito Internacional, o livre comércio e o direito à navegação. O texto afirma que o bloqueio tem objetivo de “roubar as riquezas” do país sul-americano e reforça que a Venezuela “jamais será colônia de qualquer império”. O governo disse ainda que seu embaixador na Organização das Nações Unidas levará a denúncia à entidade.
No comunicado, a administração Maduro sustenta que Trump reivindicou para os EUA o petróleo, as terras e os minerais venezuelanos, pedido considerado por Caracas como evidência de intencionalidade “colonialista”.
Contexto das tensões
Imagem: Internet
A medida divulgada nesta semana soma-se ao fechamento do espaço aéreo venezuelano, anunciado pelo governo norte-americano no fim de novembro. Paralelamente, os Estados Unidos conduzem na região a operação “Lança do Sul”, destinada oficialmente ao combate ao tráfico de drogas. Até o momento, 26 embarcações foram interceptadas no Caribe e no Pacífico.
Nicolás Maduro é o principal alvo das pressões de Washington. O líder venezuelano, sucessor de Hugo Chávez, é acusado pelos EUA de chefiar o cartel de Los Soles, grupo recentemente rotulado como organização terrorista internacional.
O comunicado venezuelano encerra afirmando que o país permanece “em perfeita unidade popular, militar e policial” para defender seu território, suas riquezas e sua soberania.
Com informações de Metrópoles

