A Zona Franca de Manaus (ZFM) encerra 2024 com 132 mil postos de trabalho diretos e receita de US$ 40 bilhões, consolidando-se como principal fonte de arrecadação do Amazonas e um dos motores da economia da Região Norte.
De polo fragilizado a centro industrial
Instituída em 6 de junho de 1957, a ZFM foi criada para reverter a estagnação que sucedeu o ciclo da borracha. O Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, definiu a área como zona de livre comércio de importação e exportação com incentivos fiscais, voltada à instalação de um polo industrial, comercial e agropecuário na Amazônia.
Mais de meio século depois, o modelo foi considerado bem-sucedido o bastante para ter sua vigência prorrogada até 2073. Atualmente, responde por quase 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Empresas globais e cadeia diversificada
Segundo Luiz Augusto Barreto, presidente do Conselho Superior do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), o polo reúne mais de 500 fábricas e opera em ambiente empresarial “extremamente formal”. Entre as multinacionais instaladas estão Samsung, Honda e Coca-Cola.
Os principais segmentos são:
- eletroeletrônicos — celulares, televisores, aparelhos de ar-condicionado;
- duas rodas — o maior polo motociclista da América do Sul, com a segunda maior fábrica da Honda no mundo;
- química — área em expansão no distrito.
Impacto regional
Barreto afirma que não existe, no curto prazo, atividade capaz de substituir a ZFM na região. O modelo gera empregos formais, ajuda a manter o índice de desemprego local abaixo da média nacional e financia 100% do orçamento da Universidade do Estado do Amazonas, presente em todos os municípios do estado.
Imagem: Internet
Compromisso ambiental
Para operar na ZFM, cada empresa deve adotar o sistema de gestão ambiental ISO 14001, exigência que, de acordo com o executivo, não se repete em nenhum outro estado brasileiro. A medida visa reduzir resíduos, racionalizar recursos e prevenir a poluição, colaborando com a preservação da floresta.
Desafios e perspectivas
O presidente do Cieam aponta a comunicação como maior desafio: “Precisamos ampliar o entendimento nacional sobre a importância da Zona Franca”. Ele ressalta que, mesmo durante o debate da reforma tributária, o Congresso manteve integralmente os incentivos fiscais da ZFM, reforçando a expectativa de crescimento até 2073.
Com informações de Metrópoles

